sexta-feira, 25 de março de 2011

MIT, um exemplo candango

MIT, um exemplo candango

23/03/2011 às 3:28 | Publicado em Zuniversitas | Deixe um comentário
Tags: Educação, MIT, perseverança, sonho







Dois vestibulares de Medicina na UnB, um de Engenharia no ITA e agora o MIT. Foram só 170 vagas para alunos do exterior. Destas apenas três para o Brasil. Esse brasiliense, de apenas 18 anos, conseguiu passar e está agora batalhando uma bolsa de estudos paga pelos EUA. Deve conseguir. Porém nada é por acaso. Estudante do Colégio Militar, ele ganhou nada menos que 14 medalhas em olimpíadas de conhecimentos em vários setores. Por que postar aqui algo assim ? É para reflexão dos jovens estudantes. O sonho é possível, mas só com muita luta e perseverança.


Um brasiliense no MIT
Lucas de Freitas tem 18 anos e acabou de ser aprovado em processo de seleção para uma das instituições mais respeitadas no mundo nas áreas de ciência e tecnologia. O jovem deve contar com bolsa de estudos para se manter nos Estados Unidos
Cursar o ensino superior fora do Brasil é uma ideia que parece impossível para grande parte das pessoas no momento de escolher uma opção de futuro. O morador da Asa Norte Lucas Daniel Gonzaga de Freitas, 18 anos, porém, pensava nessa possibilidade desde muito cedo. Filho de uma família de classe média — a mãe dele, Vânia, 48 anos, é professora da rede pública e o pai, Daniel, 44, é autônomo —, ele sempre se imaginou vivendo nos Estados Unidos, quando escutava familiares elogiarem o país.
Agora, Lucas poderá concretizar o sonho. Em agosto, ele embarcará rumo a Cambridge, cidade próxima a Boston, para estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), considerado o maior e melhor câmpus do mundo se o assunto é tecnologia. De acordo com informações repassadas a Lucas pela entrevistadora brasileira no MIT, ele é o primeiro brasiliense a ser aprovado no exame, o mais concorrido da história da entidade, com 17.909 candidatos para 1,7 mil vagas. Dessas, 10% foram destinadas a estrangeiros e apenas três a brasileiros. Os outros aprovados do Brasil são de São Paulo e de Belo Horizonte.
O sistema de avaliação é bem diferente do usado nos vestibulares brasilienses. O adolescente fez cinco provas para conseguir a aprovação. As questões eram de disciplinas tradicionais, como matemática, física, química e inglês. Lucas respondeu, por cartas, perguntas subjetivas. Por exemplo: “Quais foram as pessoas que mais influenciaram a sua vida e as situações que moldaram seu caráter?”. Além disso, teve de passar por entrevista pessoalmente, enviar currículo para análise e conseguir cinco cartas de recomendação, as quais pediu aos professores do Colégio Militar, onde estudou nos últimos sete anos. Os documentos somavam 30 páginas quando foram enviados por meio dos Correios.
Lucas não teve de viajar para participar da seleção, cuja taxa de inscrição custa US$ 80, com possibilidade de isenção. Os testes escritos são aplicados na Escola Americana, em Brasília. Há pessoas habilitadas para fazer o papel de entrevistadores do MIT na cidade. Lucas também candidatou-se a vagas em outras quatro faculdades: as famosas Harvard, Yale, Princeton e Cornell. Somente o MIT divulgou resultados até o momento. “Nas outras faculdades, eles não tinham entrevistadores em Brasília. Fiz a entrevista via Skype (programa de computador que transmite voz e imagem ao mesmo tempo)”, contou.
Escolha
Mesmo se for aprovado em mais uma instituição de ensino, Lucas pretende cursar computação no MIT. “No primeiro ano, você não escolhe o curso. Faz matérias gerais, acostuma-se com a vida no câmpus, onde deve morar. Depois, opta pela área que quer seguir. Minha intenção é trabalhar com computação, com foco em genética. Quero usar a tecnologia para descobrir a cura de doenças e a propensão a elas”, explicou.
Apesar de muito jovem, tem uma trajetória cheia de sucesso. Foi aprovado duas vezes no vestibular na Universidade de Brasília (UnB) para medicina, o curso mais concorrido por tradição. Ele desistiu de ser médico. “Queria ser médico para salvar vidas. Mas sempre gostei muito da área de exatas, de números, tecnologia. Resolvi aliar as duas coisas. Assim, posso ajudar a salvar várias vidas, milhares de uma só vez, trazendo descobertas. Quero ajudar a humanidade”, afirmou.
Em 2010, o brasiliense iniciou estudos na faculdade de computação no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São Paulo, que também tem um dos vestibulares mais disputados do país. “Ainda não era o que eu queria, apesar de ter sido uma conquista maravilhosa também”, disse. Ele precisou desistir do ITA para se preparar para o MIT. Muita gente considerou loucura abandonar um curso tão conceituado, em busca de um sonho aparentemente impossível. “Minha família não poderia pagar pelo curso no exterior, mas eu sabia que eles concediam bolsas com facilidade”.
O jovem, confiante no próprio potencial, não se deixou abalar. “Lá fora, eles levam muito em consideração a meritocracia. Avaliam se você fez trabalho voluntário, se tem um perfil diversificado, sem aquela visão fechada.” Um dos professores de Lucas no Colégio Militar, coronel Adelino Bandeira, foi um dos incentivadores. “O ITA é ótimo. Mas eu sabia que ainda era muito pouco para o Lucas. Ele usou bem a disciplina aprendida na escola”, acredita. Quando se preparava para o vestibular, Lucas estudava das 14h às 23h, todos os dias, em um cursinho de Brasília no qual tinha bolsa de estudos. Ao chegar em casa, dedicava-se ainda mais.
Melhores
Lucas recebeu o resultado do exame na última segunda-feira pela internet. A carta postada na página do MIT informava em inglês: “O comitê de avaliação do MIT está feliz em oferecer-lhe uma vaga na instituição. Você mostrou ser um dos mais talentosos e promissores estudantes ao ser aprovado no “teste” mais competitivo da história do MIT”. A resposta sobre a porcentagem da bolsa de estudos que Lucas receberá ainda não veio. Deve chegar na próxima semana.
A família do estudante não tem condições de pagar pelo curso. A conta que inclui mensalidade, despesas com alimentação, passagens para vir ao Brasil e outras necessidades chegaria a quase R$ 9 mil, mensais. “Se o aluno pede auxílio financeiro eles avaliam a declaração de imposto de renda da família para saber quanto ela pode pagar. Custeiam todo o restante. O curso custa, anualmente, US$ 54 mil. Dinheiro para as universidades dos EUA não é problema. Elas recebem muitas doações e concedem bolsas com facilidade”, ressaltou o garoto.
Os avaliadores gostaram de ver no currículo dele 14 medalhas de olimpíadas de conhecimento em vários setores, como matemática e astronomia. Agora, Lucas prepara toda a documentação necessária para matricular-se. Em cinco meses, deixará a casa dos pais, que verá somente uma ou duas vezes ao ano. A mãe, Vânia, apesar de orgulhosa, sente o peso da saudade. “Lucas vai ter de descobrir quais são os limites dele. Todo mundo fala que a gente cria filho para o mundo, mas na prática é muito difícil”.
Ajuda
Não é fácil encontrar informações para saber como participar de um vestibular para universidades no exterior. Algumas escolas de inglês auxiliam alunos. Mas, no geral, o estudante precisa se virar sozinho, com ajuda da internet. Lucas se dispõe a tirar dúvidas, pelo e-mail lucasdgf@gmail.com.

Para saber mais:
O MIT é uma das instituições universitárias mais importantes do mundo. Oferece educação em ciência e tecnologia a cerca de 10 mil estudantes distribuídos em seis escolas. Pesquisadores e professores participam dos programas, usam laboratórios, bibliotecas e demais centros de pesquisa, entre os quais encontram-se os melhores em educação, administração, indústria, engenharia e outras profissões. Prova disso são os 47 prêmios Nobel que estudaram nessas salas de aula. A vida social e cultural no câmpus também é agitada.

FONTE: ZEDUCANDO: http://joserosafilho.wordpress.com/

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